Conheça os princípios básicos da Arquitectura Paisagista
Todos nós, mais ou um pouco menos, sabemos o que é Arquitectura. Sabemos que antes de se constuir uma casa, um centro comercial ou um clínica médica é necessário alguém que projecte e desenhe essa infraestrutura. Quando ouvimos falar de “Arquitectura Paisagista”, podemos cair no erro de pensar que estamos perante uma espécie de extensão da Arquitectura, ou uma mistura dessa área com a jardinagem. Neste artigo, conheça os princípios básicos da Arquitectura Paisagista, e veja como vai muito mais além daquilo que inicialmente podemos pensar.
Comecemos pelo nome. Porquê “Arquitectura”? Se vai tão mais além, o que é que têm em comum estas duas disciplinas que as leva a partilhar a denominação? Pois bem, um dos princípios básicos da Arquitectura Paisagista consiste no facto de ter como objectivos a construção, a projecção, a concepção de algo – uma paisagem. Exactamente a mesma preocupação da arquitectura. E se pensarmos que normalmente encaramos uma paisagem como algo natural, uma visão algo aleatória que por acaso vemos, podemos começar a imaginar o quão complexos poderão ser os princípios básicos da arquitectura paisagista, se esta se propõe fazer projectos de cenários que temos como naturais.
Na sua origem, a arquitectura paisagista era algo menos complexo do que nos dias de hoje. Começou a aplicar-se o termo para o processo de criação de um jardim de uma casa ou de um palácio, de menores ou maiores dimensões. Um excelente exemplo de algo que para a sua criação precisou de um profissional de arquitectura paisagista, é o famoso Palácio de Versalhes. Sim, esse palácio gigantesco, mandado erguer pelo excêntrico Luís XIV, cujos jardins em redor são uma das principais atracções de França.
Actualmente, ao aproximarmo-nos dos princípios básicos da arquitectura paisagista, vemos que de básicos pouco têm. O número de disciplinas que envolve é, no mínimo, considerável, e vão desde a sociologia à política, passando pela ecologia, belas-artes, botânica e design industrial, bem como geologia e geografia. É mais impressionante ainda a abragência do campo de trabalho dos profissionais de arquitectura paisagista. Um hospital, uma auto-estrada, um centro energético. Um campo de golf ou um campus universitário! No fundo, deixou de haver a preocupação de se construir algo sem conceber também o modo como essa criação vai interagir com o espaço que o rodeia. Com a paisagem. A ecologia, que mencionámos anteriormente, é fundamental, porque o projecto não pode prejudicar largamente o meio ambiente em que se vai inserir; aliás, tanto quanto possível, esse mesmo meio ambiente deve contribuir para a sustentabilidade dessa construção. Por exemplo, se o projecto se refere à construção de uma casa na serra, perto de um rio, o profissional de arquitectura paisagista deve estudar o espaço de modo a que a habitação não prejudique a flora, não polua o rio e mais, vá buscar à força desse mesmo rio energia eléctrica para a sua sustentação.
Nos princípios básicos da arquitectura paisagista, falámos também de sociologia e política como sendo duas das disciplinas de estudo. Parece não ter nada a ver, certo? Tal como entender o meio ambiente, o arquitecto paisagista também deve entender os princípios culturais e sociológicos do local. Vamos ver, não faz sentido construir um parque infantil numa vila demarcadamente envelhecida. É a isto que o profissional de arquitectu paisagista deve estar também atento. É obrigado a perceber quem vai interagir com o espaço, para que, no fundo, ele faça sentido na paisagem.
Concluindo, os princípios básicos da arquitectura paisagista definem-na como uma arte. Um processo complexo, um projecto que muito antes de lançada a primeira pedra deve antecipar como encaixar da melhor forma toda a construção no meio ambiente e sociocultural em que se vai inserir, e fá-lo desde uma pequena habitação de férias a um enorme complexo desportivo, olhando a todos os aspectos e relacionando-os, procurando atingir uma harmonia que faça sentido. E que seja bela.
Se tem um projecto de construção em mãos, opte por contratar um arquitecto paisagista de forma a que o seu plano esteja em consonância com o ambiente em que se vai inserir para que depois de construído não tenha de vir a refazer o mesmo.